Sanvicente / Soncente
24° 34' W e 25º 04' W
Sobre a ilha
São Vicente é uma ilha de contrastes onde se respira uma atmosfera invulgar e muito própria. As ruas da capital, Mindelo, são alegremente adornadas por uma arquitectura colonial europeia e pelo cosmopolitismo que paira no ar, enquanto o interior da ilha é seco e com algum relevo associado.A ilha de S. Vicente é também local de belas praias de água tépida e cristalina, como a praia de Salamansa, Baia das Gatas ou a praia de São Pedro, para os amantes do windsurf.Com uma rica tradição musical, a cidade do Mindelo é considerada a “capital cultural” do país, oferecendo ainda ao visitante bons restaurantes onde poderá saborear gastronomia rica, ao som de belas mornas ou coladeiras.” In Portal turismo.cvSão Vicente é uma ilha cuja principal cidade tem uma downtown numa das mais belas baías do mundo, este centro histórico situa-se nesta cidade anfiteatro das artes, cultura, conhecimento e inovação, juventude e património, mar e entretimento. Apesar de ter uma agenda cultural permanente destacam-se como época alta o Fim do Ano, Carnaval e o Verão, acrescentando as festas de romaria e o Kavala Fresk Feastival e sem esquecer o facto de ser ponto de entrada e partida para os turistas de montanha (em Santo Antão) durante o período de inverno europeu.
História
A Ilha de São Vicente foi descoberta a 22 de Janeiro de 1462 pelo navegador português Diogo Afonso, e esteve praticamente desabitada durante mais de 300 anos, servindo apenas para nela se criar gado. Podia-se contar mais de doze milhares de cabeças, que sobreviviam espalhadas pelos campos do que é hoje o Madeiral, a Ribeira de Calhau, Palha Carga, Mato Inglês, Ribeira de Julião e outros sítios do interior. Nesses recuados tempos, embora já houvesse estiagens, chovia com maior regularidade, havendo pasto em quantidade suficiente.
Em 1795 João Carlos da Fonseca Rosado (um rico comerciante do Fogo) empreende a primeira tentativa organizada de povoamento da ilha de São Vicente. Porém, essa experiência fracassou redondamente.
No ano de 1812, houve uma nova tentativa de povoamento implementada pelo Governador António Pusich. Paulatinamente, a população foi aumentando. Em 1819, a população da ilha rondava os 115 habitantes. Um ano depois, já contava com 295 almas. O povoado inicial, que recebera o nome de Dom Rodrigo, progride. Já em 1820, passa a ter o nome de Vila Leopoldina.
Anos depois, em 1838, troca-se-lhe o nome para Mindelo. No ano de 1848, a sua população é já de 553 indivíduos. E, finalmente, com o aparecimento do primeiro depósito de carvão, a Povoação do Mindelo entra na senda do progresso e da fortuna, para se impor, de direito, como o aglomerado mais importante do arquipélago. A partir daí, surgem, em catadupa, companhias inglesas que fornecem carvão às centenas e centenas de barcos que frequentam o Porto Grande, e fazem dele um dos portos mais movimentados do mundo nessa altura.
Devido ao seu excelente Porto, a Ilha de São Vicente era considerada a porta do arquipélago e durante muito tempo a economia das ilhas dependeu desse porto. Com a instalação de depósitos de carvão vários barcos estrangeiros começaram a visitar a ilha para se abastecerem de carvão.
O comércio foi-se desenvolvendo, pois havia necessidade de abastecer esses navios, o que levava os comerciantes a irem buscar os produtos alimentícios nas outras ilhas, e ali vendiam os produtos estrangeiros que adquiriam nesses barcos. As grandes casas comerciais começaram a surgir, a população aumentou com pessoas vindas de outras ilhas atraídas pela intensa atividade comercial e pela possibilidade de um emprego. Surgem novas profissões como hoteleiros, cozinheiros, engomadeiras, costureiros, polícias etc.
Mas o Porto de São Vicente sofria grande concorrência dos portos de Dakar e de Las Palmas nas Ilhas Canárias, o que levou ao declínio do Porto Grande, com influências negativas para a economia mindelense. Nessa altura existiam algumas indústrias como fábrica de sabão e óleos vegetais, uma fábrica de panificação, entre outras.
Em 1929, inaugurou-se a produção de energia eléctrica numa central eléctrica privada, propriedade dos senhores Leça, cabo-verdiano e de Pedrinho Bonucci um italiano.
Desde a independência do País em 1975, tem-se investido muito na economia da ilha, criando empresas e fábricas nos mais diferentes domínios. O Porto Grande está sendo ampliado e o Aeródromo de São Pedro foi transformado no Aeroporto Internacional Cesária Évora. As instalações da Electra, que fornecem água e energia eléctrica, aumentaram a sua capacidade e as telecomunicações sofreram grandes progressos.
A Economia
A economia da ilha baseia-se exclusivamente no comércio e nos serviços. Devido à falta de chuva, a agricultura é de subsistência.
O crescimento da cidade é dada à atividade portuária, ao famoso Porto que se encontra numa linda Baía de águas profundas, que se transformou numa das mais belas do arquipélago. O Porto Grande considerado como sendo o principal porto de São Vicente é por onde passam grande parte das importações do país. Beneficia de um terminal de contentores e de instalações de frio e silos que proporcionam a atividade de transbordo de cargas. Está dotada de uma central de dessalinização da água do mar para consumo público e estaleiros navais.
No setor industrial, a ilha possui um número bastante elevado de trabalhadores na área. O Centro Nacional de Artesanato do Mindelo, ultimamente, tem dado bastante suporte aos artesãos locais na produção e comercialização de certos produtos artesanais. Por toda a cidade de Mindelo é muito comum encontrar pessoas que vendem produtos artesanais peças de cerâmica feitos de cascas de coco e colares de conchas e pedras. Este tipo de gesto não somente dá emprego às pessoas que necessitam mas também apresenta perspectivas de crescimento na ilha.
Cultura
Mindelo, é considerado como sendo o principal centro produtor e difusor da cultura cabo-verdiana. Existem vários locais onde se pode facilmente adquirir artesanato e artigos tipicamente locais. A cultura destaca-se em cada canto da cidade. Em matéria de entretenimento, a ilha de São Vicente foi sempre indicada. A famosa “Noite de Mindelo”, os músicos os sítios de diversão, as noites cabo-verdiana abundam um pouco por toda a ilha. Existem diversos sítios onde se pode disfrutar de uma boa música tradicional e outras, onde o tradicional se mistura com o moderno. A cidade de Mindelo tem sido também o viver de artistas. Nela nasceram várias estrelas cabo-verdianas, uma delas a Cesária Évora, a Diva de pés descalços. Por tudo isso a cidade do Mindelo é informalmente considerada a capital cultural de Cabo Verde.
Fevereiro, o mês mais esperado pelos mindelenses, mês de espontaneidade, de alegria pura, onde milhares de fantasias invadem a cidade toda. A ilha de São Vicente é famosa pelo seu Carnaval. As festas procuram manter as raízes populares com uma forte componente crioula. É um dos principais eventos turísticos da ilha. O Carnaval está implantado no espírito alegre do mindelense, sendo a festa favorita e a mais festejada.
Agosto, mês do festival internacional da música da Baía das Gatas. Com o tempo o festival ganhou notoriedade, e todos os anos milhares de pessoas, das ilhas de Cabo Verde e do mundo mudam para essa praia para assistirem ao Festival de Música. Mês de puro divertimento e alegria. Pelo palco desfilam grandes artistas cabo-verdianas e da música internacional. No mês de Agosto decorre a mais famosa “manifestação” cultural cabo-verdiana.
Em Setembro, a ilha de São Vicente transmuta-se num dos maiores palcos de teatro. O festival internacional do teatro do mindelo, Mindelact, junta ao mesmo palco atores, amadores e profissionais da África, Europa e América do Sul num verdadeiro momento de troca de experiências no mundo das artes cênicas.